Sobre a mais recente pesquisa Quaest nos estados - Política - Hold Assessoria

Sobre a mais recente pesquisa Quaest nos estados

A pesquisa Quaest divulgada nessa quinta-feira, 27 de fevereiro, cujo trabalho de campo ocorreu entre os dias 19 e 23 últimos, apresenta informações interessantes em oito estados. O levantamento já está sendo analisado pelos atores políticos de todo o país e influenciará as estratégias a curto e médio prazos, principalmente por aqueles que estão de olho em 2026.

São Paulo - no mais rico e populoso estado, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem sua gestão aprovada por 61% da população, contra 28% que o desaprovam. Apesar de problemas em áreas específicas, como a segurança pública, trata-se de um bom índice e os números certamente manterão no ar a expectativa com relação a uma eventual candidatura à presidência da República.

Quanto à sucessão estadual, Tarcísio aparece com 38% das intenções de voto, contra distantes 15% do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) e 12% do hoje inelegível Pablo Marçal (PRTB). Por ora, o governador segue como franco favorito à recondução ao cargo.

Rio de Janeiro - as muitas polêmicas e a grave crise na segurança pública tornaram negativa a avaliação do governador Cláudio Castro (PL). Nada menos que 48% da população desaprova sua administração, contra 42% de aprovação. O chefe do Executivo estadual segue perdendo musculatura política e nada indica que o quadro mudará.

Já a disputa pelo governo fluminense em 2026 tem o prefeito Eduardo Paes (PSD) na liderança, com 26% das intenções de voto. Ele é seguido de perto pelo senador Flávio Bolsonaro (PL), com 20%. Em um distante terceiro lugar está a deputada Benedita da Silva (PT), com 7%. Confirmado esse cenário, o pleito do próximo ano deverá ser marcado por um duro embate entre os dois primeiros colocados. Se assim for, o Bolsonarismo raiz passará por duro teste e o resultado definirá os rumos desse extremado movimento e de seus fiéis seguidores. A conferir.

Minas Gerais - o governador Romeu Zema (Novo) tem sua gestão aprovada por 62% dos mineiros, contra 30% de reprovação. Números que podem ser considerados bons, mas que estão longe de garantir sua participação na sucessão presidencial de 2026 - Zema não poderá disputar a reeleição ao governo estadual e o Senado Federal aparece como a opção mais provável.

Para o governo estadual, o senador Cleitinho (Republicanos) lidera, com 33%. Em seguida aparecem o candidato ex-prefeito Alexandre Kalil (Republicanos), com 16%, e o senador Rodrigo Pacheco (PSD), com 8%. Espera-se melhora no desempenho do ex-presidente do Senado ao longo dos próximos meses.

Paraná - o desempenho do governador Ratinho Júnior (PSD) no levantamento da Quaest chama a atenção. Nada menos que 81% dos paranaenses aprovam sua administração, contra 14% de reprovação. Mesmo com esse quadro, é pouco provável que dispute a sucessão presidencial de 2026, como defendem alguns aliados. Ele é pouco conhecido fora do estado e uma cadeira no Senado deverá ser seu alvo.

Para o governo estadual, o destaque hoje é o senador Sérgio Moro (União Brasil), com 30%, seguido pelo ex-prefeito Rafael Greca (PSD), que tem 15% das citações. A chamada “República de Curitiba” segue viva?

Rio Grande do Sul - o governador Eduardo Leite (PSDB) tem a aprovação de 62% dos gaúchos, contra 33% de reprovação. Os índices até podem ser considerados favoráveis ao tucano, em função das críticas recebidas por muitos durante as enchentes no estado.

Indefinição marca o atual momento da sucessão no Rio Grande do Sul. Em primeiro aparece Juliana Brizola (PDT), com 19%, seguida pelo deputado tenente-coronel Zuco (PL), que tem 15% das intenções de voto, e Edegar Pretto (PT), citado por 10% dos eleitores.

Goiás - recordista na pesquisa, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) tem impressionantes 86% de aprovação e apenas 9% de reprovação. Os números aumentam a pressão para que dispute a sucessão presidencial no próximo ano mas, para ter alguma chance de êxito, precisará tornar-se mais conhecido no restante do país.

Atual vice-governador, Daniel Vilela (MDB) está em primeiro, com 24% das citações. Atrás dele aparece o ex-governador Marconi Perillo (PSDB), desafeto de Caiado, com 15% das intenções de voto. Em Goiás, a disputa promete ser acirrada.

Bahia - apesar do estado, assim como São Paulo e Rio de Janeiro, enfrentar uma crise na segurança pública, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) tem sua gestão aprovada por 61% dos baianos, enquanto 31% reprovam. Ele deverá ser candidato à reeleição em 2026.

O ex-prefeito ACM Neto (União Brasil) aparece com 42% das intenções de voto, pouco à frente do governador Jerônimo Rodrigues. Apesar da pequena diferença, trata-se de uma ameaça real à hegemonia petista no estado.

Pernambuco - em seu primeiro mandato, a governadora Raquel Lyra (PSDB), que tentará a recondução ao cargo no próximo ano, tem 51% de aprovação e 44% de reprovação. Situação pouco confortável, como se vê.

Na disputa sucessória, o prefeito de Recife, João Campos (PSB), larga na frente com expressivos 56% das intenções de voto. A governadora Raquel Lyra aparece com metade desse índice, 28%, uma diferença considerável.

Considerações finais - os governadores entraram na segunda metade de seus mandatos e muitos deles precisam melhorar suas performances nos próximos meses, sob o risco de ver seus projetos políticos abortados. Nas disputas sucessórias, outros nomes poderão surgir nas disputas e o quadro está longe da definição.

André Pereira César

Cientista Político

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