A mais recente Quaest, realizada entre os dias 27 e 31 de março e divulgada hoje, apresenta más notícias para o governo Lula (PT). Até o momento, as tentativas de estancar a queda na popularidade, como a isenção do IR para quem recebe até R$ 5 mil, não estão surtindo efeito desejado.
Aos principais dados:
. O índice de desaprovação do governo subiu de 49% em janeiro para 56% agora. Já a aprovação passou de 47% para 41%.
. No corte regional, chama a atenção a região Nordeste, onde o presidente sempre teve maior apoio. Em janeiro, 59% aprovavam a gestão Lula, contra 52% agora. No sentido contrário, a desaprovação passou de 37% para 46%.
. Outro corte importante, por gênero, reforça os problemas do governo. Entre as mulheres, o índice de desaprovação passou de 47% para 53%, enquanto a aprovação caiu de 47% para 43%.
. Por renda, novas notícias ruins. Os que ganham até dois salários mínimos, uma das bases sociais do petismo, registram queda de 56% para 52% de aprovação, enquanto a desaprovação subiu de 39% para 45%.
. Empate entre católicos, 49% de aprovação e desaprovação. Já os evangélicos, tradicionalmente refratários aos governos Lula, registram um número dramático - 67% de desaprovação (58% em janeiro) e 29% de aprovação (37% no último levantamento).
. Sobre a direção do país, 56% avaliam estar no caminho errado, enquanto 36% na rota certa.
. Em tese, a economia, em especial a inflação dos alimentos, explica boa parte da avaliação negativa do governo. A avaliação de que a situação piorou nos últimos doze meses saltou de 39% para 56%, enquanto a percepção de melhora foi de 25% para 16%.
. O Bolsa Família é o programa com maior impacto na vida do brasileiro, 20%. A isenção do IR para quem recebe até R$ 5 mil, ainda pouco divulgada, aparece com 10% das citações.
. Quanto ao problema da comunicação, um dos mantras do governo, 47% dos brasileiros avaliam que as notícias são negativas, contra 23% positivas. As recentes mudanças no setor parecem não ter dado resultado ainda.
. Por fim, a TV segue como a principal fonte de informação, 44%, seguida pelas redes sociais, 34%. Em um distante terceiro lugar surgem os blogs, sites e portais de notícias, com 10%.
. Resumo da ópera: ao governo Lula não basta melhorar a comunicação, é necessário, urgentemente, imprimir marcas à gestão. Do contrário, as eleições do próximo ano poderão ser um fracasso, independente do candidato.
André Pereira César
Cientista Político