União Europeia em busca do protagonismo perdido - Mundo - Hold Assessoria

União Europeia em busca do protagonismo perdido

Com a volta do republicano Donald Trump ao poder, a União Europeia (UE) projeta medidas com o intuito de preservar os espaços na nova ordem mundial e retomar o velho protagonismo. Ações nos campos comercial e geopolítico estão em discussão e poderão ser implementadas em breve.

No campo comercial, a UE pretende bloquear a importação de soja e outros alimentos produzidos com padrões diferentes pelos Estados Unidos. Segundo a imprensa norteamericana, a Comissão Europeia está prestes a explorar os limites de suas relações com a administração Trump.

O objetivo principal é claro - proteger os agricultores europeus, ecoando a política comercial recíproca hoje em vigor nos Estados Unidos. Bem a seu estilo, Trump minimizou as medidas e disse acreditar que elas apenas prejudicarão ainda mais o Velho Continente. A conferir.

Cabe lembrar que as tensões estão altas entre os Estados Unidos e a UE após a decisão de Trump de impor tarifas de 25% sobre aço e alumínio a partir de 12 de março; tarifas recíprocas a partir de abril; e tarifas separadas sobre carros, produtos farmacêuticos e chips semicondutores.

Há uma explicação técnica que embasa os movimentos da UE. No caso específico da soja, os norteamericanos utilizam pesticidas (fertilizantes) que os agricultores europeus não estão autorizados a usar. Em busca de algum entendimento, representantes da Comissão Europeia se reunirão com integrantes do governo Trump nos próximos dias. Fica aqui a pergunta - o republicano recuará?

No terreno da geopolítica, por outro lado, o bloco se reúne para discutir medidas de proteção para a Ucrânia, dado que Trump fez claros sinais a Vladimir Putin no sentido de “forçar” o fim da guerra, com Kiev entregando território aos russos - uma capitulação que a UE não aceita. Cogita-se até mesmo o envio de tropas europeias para ajudar os ucranianos, o que seria uma novidade.

Aliados históricos dos Estados Unidos, os europeus sentem os abalos sísmicos e as fissuras abertas que talvez deixem cicatrizes que dificilmente serão superadas.

Enfim, os movimentos da UE, caso confirmados, terão impacto sobre todo o planeta. As nações mais avançadas, em especial, sinalizam que não cederão facilmente às medidas de Trump. O conflito se desenha no horizonte.

André Pereira César

Cientista Político

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